1- Pressupostos: Metade das pessoas vivendo com HIV/Aids no mundo são mulheres; no Brasil o número de casos entre mulheres tem aumentado progressivamente desde o início da epidemia. Atualmente, o número de casos novos entre mulheres jovens supera o dos rapazes. A redução dos casos de infecção pelo HIV em mulheres depende de ações voltadas para a sua saúde sexual e reprodutiva; no entanto, a saúde sexual e reprodutiva não depende apenas de ações dos serviços, mas também da autonomia das mulheres sobre seus corpos. Assim, no contexto da epidemia do HIV/Aids as ações de saúde sexual e reprodutiva devem ser estar articuladas a políticas mais amplas que contribuam para o empoderamento da população feminina. Tem havido dificuldade na incorporação de ações específicas para mulheres nos planos nacionais de combate ao HIV, assim como tem havido dificuldade de incorporar a prevenção do HIV e o atendimento às necessidades das mulheres soropositivas nos programas de atenção à saúde das mulheres. 2- Objetivos: Identificar lacunas e potencialidades nas ações governamentais voltadas para o empoderamento das mulheres e a atenção à sua saúde sexual e reprodutiva, entendidas como estratégias essenciais no enfrentamento da face feminina da epidemia. 3- Construção metodológica: Para a realização do trabalho, uma proposta inicial para a coleta dos dados foi apresentada, discutida e aprimorada durante o IV Fórum UNGASS- Brasil (Recife, julho de 2007), sendo definido que a coleta de dados envolveria várias pessoas e organizações. Para a elaboração do instrumento de coleta de dados foram selecionados, em cada um dos capítulos da Declaração de Compromisso, os parágrafos cujas metas exigiam ações de saúde sexual e reprodutiva; A partir da seleção dos parágrafos identificadas, foram definidos em cada um deles as ações críticas que, se não implementadas com qualidade e abrangência, comprometeriam a efetividade do cumprimento da meta. Este conjunto de ações críticas orientou a elaboração de uma matriz de indicadores qualitativos, voltados para a análise das políticas, planos ou programas necessários para viabilizar a meta considerada, e a sua operacionalização. Os dados foram coletados por meio de entrevista com informantes chaves (gestores de programas, 13; pesquisadores, 06 e lideranças de ONG, 10) entrevistas com usuários de diferentes tipos de serviços (18), observação de serviços (05 Unidades de Atenção Básica, 03 serviços especializados) e busca exaustiva de material bibliográfico disponível em meio eletrônico. Esta busca localizou cerca de 300 referências sobre o tema Aids e Saúde Sexual e Reprodutiva (incluindo a interface com Violência de Gênero), entre artigos científicos, artigos de divulgação e documentos técnicos.
Gestos
GAPA
2007
51 p.
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Santiago